Como surgiu o termo, negro ou afro-brasileiro?

Afro-brasileiro, negro ou preto são os termos oficiais no Brasil que designam racialmente e de acordo com a cor as pessoas que se definem como pertencentes a esse grupo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística usa o nome preto como nome oficial para essa cor/raça, sendo ela uma das cinco definições oficiais usadas pelo povo brasileiro para se definir, junto com branco, pardo, amarelo e indígena.

História dos negros

Brasil
Recebeu cerca de 38% de todos os escravos africanos que foram trazidos para a América. O Brasil foi, de longe, o país que mais recebeu escravos no mundo. Em comparação, no mesmo período, com destino à América do Norte foram embarcados 472.381 africanos, dos quais 388.747 chegaram vivos (83.634 não sobreviveram).
Portugual
Lideraram o tráfico de escravos por séculos. Herdaram da tradição islâmica sua cultura técnica, fundamentalmente para a navegação, produção de açúcar e incorporação de negros escravos para a força de trabalho.

A escravidão fincou raízes profundas na sociedade brasileira. Os africanos e seus descendentes resistiram durante todos os séculos contra a escravatura, por meio de rebeliões ou fugas, formando quilombos. Porém, possuir escravos era uma prática tão disseminada e aceita pela sociedade que muitos ex-escravos, após conseguirem a liberdade, também tratavam de adquirir um cativo para si. Ter escravos significava status e afastava as pessoas do mundo do trabalho pesado, que na mentalidade brasileira apenas os escravos podiam exercer. Portanto, no Brasil escravagista, ninguém se espantava ao ver um negro ou um mulato comprando um escravo, mas essa cena seria chocante nos Estados Unidos à época é difícil de ser imaginada pelos brasileiros atualmente.

Pessoas negras importantes ....

História
Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, é símbolo da luta pelos direitos dos afrodescendentes; o jornalista José do Patrocínio é reconhecido por ser um abolicionista. João Cândido é o mestre-sala dos mares, foi o comandante da Revolta da Chibata. Outro destaque é Cosme Besnto das Chagas, 'O Mulato Cosme', um dos líderes da Revolta da Balaiada, e outro herói negro pouco conhecido na história do Brasil.
Grandes mulheres
Dandara foi uma das grandes líderes do Quilombo dos Palmares ao lado de Zumbi e foi assassinada em combate contra os portugueses, em defesa do Quilombo dos Palmares. Há também grandes mulheres afrodescendentes com representação na política: Theodosina Rosário Ribeiro, a primeira deputada negra da Assembleia Legislativa de São Paulo, que lutou pelos interesses da comunidade negra; Antonieta de Barros, a primeira a assumir um mandato popular no Brasil; e Benedita da Silva, a primeira governadora negra do país. Nas artes, a atriz Ruth de Souza fundou o Teatro Experimental do Negro e já fez dezenas de peças, novelas e filmes. Zezé Motta, que representou Chica da Silva no cinema, hoje luta pela colocação de atores negros no mercado; Mercedes Baptista foi a primeira bailarina clássica negra do Brasil, tornando-se pioneira por fazer parte do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A lista é imensa: Chiquinha Gonzaga, Elisa Lucindo, Ruth de Souza, Isabel Fillardis, Léa Garcia, Taís Araújo, Gloria Maria, entre outras.
Literatura

Na arte de escrever, também há grandes escritores, como João da cruz de Souza, o principal poeta do movimento simbolista, e Carolina Maria de Jesus, que se tornou conhecida internacionalmente com o livro Quarto de despejo. Luiz Gama, Lino Guedes, Maria Firmina dos Reis, maranhense que escreveu o romance Úrsula, Solano Trindade, com suas várias poesias temáticas, Osvaldo de Camargo, Mestre Didi, que escreveu os Contos crioulos da Bahia, Abdias do Nascimento, escritor de textos para peças teatrais, Oswaldo de Camargo, Cuti e Cidinha da Silva, escritores da atualidade, e outros. Não podemos esquecer também dos grandes Machado de Assis e Lima Barreto, considerados mestiços.
Artes
Nas artes, a atriz Ruth de Souza fundou o Teatro Experimental do Negro e já fez dezenas de peças, novelas e filmes. Zezé Motta, que representou Chica da Silva no cinema, hoje luta pela colocação de atores negros no mercado; Mercedes Baptista foi a primeira bailarina clássica negra do Brasil, tornando-se pioneira por fazer parte do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A lista é imensa: Chiquinha Gonzaga, Elisa Lucindo, Ruth de Souza, Isabel Fillardis, Léa Garcia, Taís Araújo, Gloria Maria, entre outras
Nas artes, muitos negros se destacaram com obras belíssimas, como Aleijadinho, com suas esculturas em madeira e pedra-sabão; Agnaldo Manoel dos Santos, com suas esculturas de orixás; José da Paixão Silva, com suas gravuras que retratam a vida dura dos subúrbios; e o artista plástico Emanoel Araújo, ex-diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e diretor do Museu Afro Brasil (SP).
Música
O compositor e instrumentista Pixinguinha foi um dos maiores flautistas de todos os tempos e responsável pela popularização de instrumentos musicais afros no Brasil; ele misturou a sucessão de sons eruditos de origem europeia com os ritmos negros brasileiros e norte-americanos, ou seja, fez uma mudança radical no som do Brasil. Outro destaque é Antônio Carlos Gomes, que criou a grande ópera O Guarani. Chiquinha Gonzaga tinha origem mestiça. Tia Ciata, cozinheira, mãe de santo e cantora, também era a dona da casa onde alguns sambistas se reuniam e onde os músicos cariocas do começo do século 20 se encontravam com muita frequência. Destacam-se também o cantor e compositor Milton Nascimento, Gilberto Gil, Djavan, Seu Jorge, Sandra de Sá, Leci Brandão, Elza Soares, Negra Li, Alcione, Margaret Menezes e Paula Lima. Há também algumas outras cantoras que migraram para estilos musicais como o jazz, fugindo um pouco do samba, estilo musical antes reservado, na maioria das vezes, aos afrodescendente. São elas: Adyel Silva, Alaíde Costa, Arícia Mess, Áurea Martins, Eliana Pittman, Ivete Souza, Izzy Gordon, Leila Maria, Misty, Rosa Marya Colin, Virgínia Rosa e Zezé Motta. Muitas delas fizeram sucesso primeiramente no exterior, e só depois tiveram o reconhecimento no Brasil.
Medicina e engenharia
Não é só nas artes que os negros se destacaram; na medicina também, como o médico Juliano Moreira (1873-1932), que se tornou famoso por seu empenho na aprovação de leis de assistência aos doentes mentais, é pioneiro da psiquiatria no Brasil. Na engenharia, o destaque fica para os irmãos Rebouças. André Pinto Rebouças participou da construção do porto da cidade do Rio de Janeiro e das principais docas dos estados de Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Bahia. Seu irmão, Antônio Pereira Rebouças, construiu a estrada de ferro Paranaguá–Curitiba.
Esporte
Grandes personalidades negras marcaram a história do esporte no Brasil. Pelé, que era  engraxate de sapatos aos 11 anos de idade, aos 17 foi campeão mundial de futebol e hoje é considerado o atleta do século 20, o rei do futebol. Grandes nomes de afro-brasileiros destacam-se no esporte; por exemplo, Ronaldinho Gaúcho, Robinho, Grafite (futebol), Daiane dos Santos (ginástica), Maguila (boxe), Adhemar Ferreira da Silva e João Carlos de Oliveira, o 'João do Pulo' (salto triplo), Marta e Janeth (basquete), Fofão e Fabiana (vôlei), entre outros. No Brasil, os afrodescendentes são os mais premiados em praticamente todas as modalidades esportivas.